Grande ABC registra segundo inverno mais quente desde 1961
Escrito por admin em 27 de setembro de 2024
Temperatura média da estação alcançou 19,6°C, com ligeira queda em relação aos 19,7°C computados no ano passado, segundo Inmet
Conforme os dados do Inmet (Instituto Nacional de Meteorologia), municípios da Região Metropolitana – o que inclui o Grande ABC –, vivenciaram neste ano o segundo inverno mais quente desde o início das medições em 1961. A temperatura média da estação foi de 19,6°C, uma ligeira queda em relação aos 19,7°C registrados em 2023. As máximas ficaram, em média, em 26,3°C, enquanto as mínimas atingiram 14,7°C. Durante o inverno, a região ainda experimentou picos atípicos, como os 34,5°C no dia 8 de setembro, a maior temperatura da estação. Além do calor, o período seco agravou o efeito estufa, intensificando os níveis de poluição atmosférica, e o clima quente deve seguir.
O professor João Carlos Mucciacito, especialista em Tecnologias Ambientais pela FSA (Fundação Santo André), alerta que episódios de calor intenso fora de época tendem a se tornar mais comuns, com sérias implicações, como o aumento das taxas de mortalidade provocadas pelas variações bruscas de temperatura. O clima seco na região do Grande ABC, historicamente marcado pela presença de diversas indústrias, agrava o efeito estufa e eleva os índices de poluição. Desde o início da industrialização acelerada no início do século XX, essa questão se consolidou como um dos maiores desafios de saúde pública na região.
“Este fenômeno agregado à poluição do ar traz consequências sérias para a saúde. Em países desenvolvidos e em desenvolvimento, crianças, adultos e idosos, previamente doentes ou não, sofreram e ainda sofrem com as temperaturas extremas. As principais fontes poluidoras, que são os veículos automotivos e as indústrias, estão presentes em todos os grandes centros urbanos, tornando-se verdadeiros inimigos da saúde pública”, conta Mucciacito, que destaca que o efeito colateral das indústrais foi a poluição ambiental,
Além de lecionar na FSA, Mucciacito atua na diretoria de Controle e Licenciamento Ambiental da Cetesb (Companhia Ambiental do Estado de São Paulo), na qual fiscaliza fontes emissoras de poluentes. “Não há soluções fáceis. A legislação precisa ser rigorosamente cumprida, e tanto o setor público quanto o industrial deve colocar a questão no topo de suas prioridades. Caso contrário, veremos mais perdas de vidas”, alerta.