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Duquesa reflete sobre machismo e força feminina no rap: “Não conseguíamos expor nossa feminilidade”

Escrito por em 14 de outubro de 2024

Na linha de frente dos principais festivais do Brasil e indicada ao BET Awards, Duquesa destaca Negra Li, Tasha & Tracie como referências fundamentais para tornar o rap um espaço mais seguro e respeitado para as mulheres.

Ver Tasha & Tracie nos grandes palcos do país de mini saia foi um momento marcante para Duquesa. As rimas poderosas e cheias de representatividade de artistas como Negra Li, Nega Gizza e Kmila CDD também serviram como divisor de águas para a rapper baiana de 24 anos. Ao finalizar o ano mais importante de sua carreira até agora, ela reflete que, se hoje as mulheres podem celebrar sua vivência e feminilidade no rap, é graças às pioneiras que abriram esse caminho, criando um ambiente seguro e acolhedor.

2024 foi um ano de conquistas e projetos intensos para Duquesa, com destaque para o lançamento de seu álbum Taurus, Vol. 2, em maio, com faixas de sucesso como “Purple Rain” e “Turma da Duq”. Dois meses depois, ela esteve em Las Vegas para celebrar sua indicação ao prêmio de Melhor Novo Artista Internacional no BET Awards. Além disso, Duquesa embarcou em uma turnê e esteve presente nos maiores festivais do país. Um dos pontos altos do ano foi sua performance no palco Supernova do Rock in Rio 2024, marcada pela energia e a conexão com o público.

Imagem: Divulgação/Internet

Embora orgulhosa de suas conquistas, Duquesa reconhece seu papel em um movimento importante para o rap e as mulheres. Para ela, a crescente presença feminina no gênero está diretamente ligada às veteranas que desafiaram o machismo e ajudaram a abrir espaço para novas vozes. “Estamos dando continuidade ao trabalho de mulheres como Negra Li, Nega Gizza e Kmila CDD. Hoje, há uma nova linguagem, tanto visual quanto lírica, mas antes o cenário era tão machista que não nos permitia expor nossa feminilidade. O respeito era raro, e muitas vezes éramos vistas apenas como ‘mulherzinhas’”, reflete a artista.

Outro ponto essencial, segundo Duquesa, é o crescente apoio do público feminino ao trabalho das mulheres no rap, diminuindo a necessidade de validação masculina. “Agora temos um público feminino que nos apoia e consome nosso trabalho. Antes, a aprovação vinha principalmente dos homens. Hoje, há um respeito maior pela nossa estética e mensagem, e muitos homens passaram a apreciar nosso som, mas reconhecem que não estamos criando para eles. E está tudo bem.”

Força feminina no rap e espaços seguros para mulheres e LGBTQIAPN+

Assim como Ludmilla e Gloria Groove abriram espaço no pagode para que mulheres e pessoas LGBTQIAPN+ se sentissem seguras, Duquesa acredita que o mesmo movimento ocorre no rap. Ela sente orgulho em fazer parte dessa mudança e destaca que a presença de mulheres no gênero encoraja a criação de uma rede de apoio, inclusive em seus shows. “A música feita por mulheres abraça a comunidade LGBTQIA+, que se sente mais à vontade de ir aos shows sem o medo de serem atacados pelo público masculino. Criou-se um ambiente seguro, onde as mulheres podem curtir e se sentir empoderadas pelas letras, como se estivessem dialogando com uma amiga.”

Planos para 2025

Ainda em 2024, Duquesa promete seguir desbravando grandes palcos. No dia 19 de outubro, ela se apresenta no Festival Mada, em Natal, e em 9 de novembro é atração confirmada do AFROPUNK Salvador. Ela também subirá ao palco da Praça da Apoteose, no Rio de Janeiro, para o MAINSTREET FESTIVAL nos dias 23 e 24 de novembro.

O ano de 2025 marca uma nova fase para a rapper, que planeja lançar um projeto com faixas mais dançantes e se aprofundar em gêneros musicais ainda não explorados, como o R&B, com a intenção de superar tudo que já produziu até aqui. Ela também revelou o desejo de parcerias com grandes nomes da música, como Pabllo Vittar, IZA e Ludmilla, além de manter sua essência em um som mais maduro e glamouroso.


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